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quinta-feira, 22 de março de 2012

Custo por hora de trabalho

<Paul Krugman voltou hoje a alertar para a inevitabilidade de os salários terem de descer em Portugal. Questionado sobre a redução de 20% a 30% em relação aos salários alemães que defendeu,o economista e prémio Nobel disse tratar-se de uma inevitabilidade. "Não é bom, mas é o que tem de acontecer". "Portugal tem de descer os salários em relação ao core da zona euro. Muitas pessoas questionam por que é que insisto nos salários. Infelizmente, Portugal tem um défice externo muito elevado e tem de aumentar a competitividade, o que passa por baixar os salários", argumentou, lembrando que os desequilíbrios se agravaram desde a entrada no euro (...) "Para restaurar a competitividade na Europa ter-se-ia de fazer com que, daqui a cinco anos, os salários baixassem nos países menos competitivos 20% em relação à Alemanha"> JNegócios 27 Fevereiro 2012
 Custo nominal por hora de trabalho na Zona Euro. 
 Variação % em comparação com o trimestre homólogo do ano anterior, corrigido dos dias úteis.



Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis para o quarto trimestre de 2011,
os maiores aumentos anuais dos custos laborais por hora foram registrados na Bulgária (+12,6%), Roménia (8,6%), Estónia (+7,2%) e Hungria (+6,6%). Diminuições foram registradas na Irlanda e Portugal (ambos -1,7%) e Eslovénia (-0,3%).

Índice de Custo do Trabalho
O Índice de Custo do Trabalho é um indicador de curto prazo que mostra a evolução dos custos do trabalho por hora suportados pelos empregadores. É calculado dividindo o custo do trabalho pelo número de horas trabalhadas, portanto, o desenvolvimento de ambas as variáveis, os custos trabalhistas e as horas trabalhadas, afectam a evolução do índice. 


  • Total de Custos do Trabalho (TOT) são os salários e os custos não salariais, não incluindo os subsídios. Não inclui custos de formação profissional ou outras despesas, tais como custos de recrutamento, os gastos com roupa de trabalho, etc. 
  • Salários e os custos salariais (WAG) incluem remunerações directas, prémios e subsídios pagos pelo empregador em dinheiro ou em espécie a um empregado em troca do trabalho feito, pagamentos por dias não trabalhados e remunerações em espécie, tais como comida, bebida, combustível, carros da empresa, etc.
  • Os custos laborais não salariais (OTH) incluem as contribuições sociais dos empregadores, mais impostos considerados como custos do trabalho líquidos.

  

Embora estes dados sejam animadores (Portugal -1,7%), vejamos os custos por principais ramos de actividade económica.
  1. Industry 0.3p 
  2. Construction -5.2p 
  3. Services -2.6p             
Para sermos competitivos segundo Paul Krugman, os salários têm que descer, mas serão os dados apresentados pelo o eurostat assim tão animadores? Será que vamos ser competitivos sem produzir? Sem empresas industriais em Portugal? Os salários desceram ao nível da construção e serviços, mas subiram por parte da industria. Precisamos de produzir para o nosso consumo e para exportar, para não dependermos ainda mais do exterior e para criarmos postos de trabalhos em Portugal. Mas com os salários a aumentarem na industria não me parece que novas empresas queiram apostar em Portugal. Continuaremos a importar e a viver de serviços... o problema de alguns países desenvolvidos. Afinal não era tão animador como se esperava o -1,7% de Portugal...

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